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Até que ponto escutamos aquilo que gostamos ? Será que escutamos aquilo que realmente nos dá prazer ? Ou ouvintes ouvimos o que nos ordenam ouvir ? Escutamos o que a indústria nos recomenda escutar através de maciças campanhas publicitárias ou aquilo que os críticos dizem ser bom e adequado ou aquilo que conseguimos captar das rádios ou aquilo que nos trazem as controversas towners com porta-malas semi-cerrados ? Numa época em que não existem mais Garotos, Dilermandos Reis, Laurindos Almeidas, Waldires Azevedos, Badens Powells nem Jacós nem Bandolins, ficamos derramando nossas lágrimas saudosistas em cima do vazio toca-discos sem discos. Então, do nada, surge ela: Badi Assad: moderna, sensível, inteligente, arisca, levada e, principalmente, calada: absolutamente calada, apenas tocando magistralmente seu violão cheio de swing e bamba. Toca-disco, prepara-te: não vamos apenas escutar, vamos também ouvir.
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